18 de maio de 2009

o espelho

Às vezes penso na imagem que as pessoas passam. "ah não, ele é louco demais", "se ela fosse normal jamais faria isso".
Pois nos últimos tempos conheci várias dessas pessoas de quem falam assim. Dizem que sou uma delas. Quem sabe? Não me importaria de ser. Sou bem confortável dentro de mim.
Uma dessas figuras apareceu em uma situação bem incomum, em um lugar mais maluco ainda - literalmente uma loucura. Por fora é apenas mais um cara de vinte e poucos anos, desprendido e dono de si, que quem sabe tenha levado a inconsequencia adolescente longe demais. Em alguns minutos de conversa aflora um menino que só falta perguntar "você quer ser meu amigo?". Depois de um tempo eu não resisti e me vi dizendo "sim, eu quero! vamos pro campinho!". E foi aí que começou...
Hoje enquanto ouvia suas histórias loucas e tentativas filosóficas me peguei pensando: onde as pessoas se perdem? Em que ponto elas resolvem ser "normais", seguir a regra e sufocar a vontade de fazer guerra de bexiguinha em pleno Ibirapuera? Tá certo que temos que respeitar certos rituais, aceitar que o tempo passa, as coisas mudam, nós mudamos e não podemos ser inconsequentes pra sempre. Mas até que ponto?
É por isso que enquanto o via pelo visor da câmera tentando fazer uma pipa voar, eu senti que ali estava uma pessoa capaz de se salvar da razão. E me senti livre. Livre da cobrança, de juízos e tentativas frustradas.
Ele era eu há pouco tempo.

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